sexta-feira, 22 de maio de 2009

História de Dona Redonda e da sua gente - 1

Capitulo 1.


Era uma vez um pinhal.
Um pinhal de pinheiros mansos e bravos. Também havia cedros; e havia acácias que se cobriram de flores amarelas e cheiravam bem.
O pinhal era muito grande. Ninguém sabia onde ele acabava; ia por ali fora, por ali fora, pela beira do mar. Os pinheiros avançavam o mais que podiam para o mar, e iam até muito pertinho dele, até à barreira de rochedos e de praias onde nenhuma árvore podia crescer.
Havia muitas estradas dentro do pinhal. Iam para um lado e para o outro, muito cheias de sombra, e não se lhes via o fim.
Havia também casas; casitas pequenas, uma aqui outra acolá. Mas o pinhal era tão grande que uma pessoa podia andar léguas dentro dele sem ver nenhuma casa e sem encontrar vivalma.
À roda das casas não havia galinheiros.
Nem havia hortas, nem jardins; só´mato e pinhal por todos os lados.
As casas eram todas muito branquinhas.
Mas tinham as portas verdes, outras encarnadas, outras azuis; e os telhados eram cor-de-rosa. Estavam quase sempre fechadas.
Era muito raro ouvir-se vozes ou ver-se gente no pinhal.

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