quinta-feira, 4 de junho de 2009

História de Dona Redonda e da sua gente - 3



Chico - Onde vais tu assim todo lampareiro, meu figuão das dúzias? Se cuidas que me hás-de tratar por cima do ombro, estás muito enganado.
Dick voltou-se e, sem dizer palavra nem mudar de cara, desfechou um murro ao Chico que o atirou ao chão. Era alto e mais forte; mais alto e mais forte que o Chico.
Franz, acudindo - Isso não vale, Dick. Ele é mais pequeno do que tu.
Dick - Não quero saber. Para que se meteu comigo?
Chico levantara-se, furioso. Com uma rapidez extraordinária e antes que o outro o pressentisse, atirou-lhe duas grandessíssimas bofetadas que estalaram como foguetes.
O Dick não se alterou. Curvou as pernas, inclinou-se para a frente de punhos fechados em posição de box e atacou.
Mas o Chico, leve que nem uma pena, deu uma pirueta no ar evitando o murro do Dick e ferrou-
-lhe um pontapé no sim-ssenhor. O Dick desfechou-lhe um 3º murro com toda a força; o Chico deu um salto para o lado eo o Dickestatelou-se no chão.
- Bom disse o Franz, agora já basta.
O Dick ao cair esfolara o joelho. O Chico ajoelhou e tirando o lenço do bolso atou-lhe à ferida com muito jeito.
- Muito obrigado, disse o Dick estendendo-lhe a mão.
Chico - Ah! Agora já me conheces, hem?
Franz - Está bom. Não se fala mais nisso.
Dick, batendo no ombro do Chico - Amigos?
Chico - Amigos. Mas não tornes a tratar-me de alto.
Dick - Não é tratar de alto. São costumes da minha terra.
Franz - Cada terra com seu uso. . .
Chico - E tu, Franz, também tens costumes da tua terra?
Qual é a tua terra?
Franz - Sou alemão.
Chico - Como é que vocês vieram aqui parar?
Dick - É por causa da guerra.

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